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Ailton Krenak, 67 anos, balança o braço esquerdo no ar, enquanto diz: “Um voo de um pássaro no céu, um instante depois que ele passou, não há rastro nenhum”. Uma das lideranças indígenas da tribo dos Krenak, às margens do Rio Doce, em Minas Gerais, está certo de que a passagem humana na Terra, ao contrário do voo dos pássaros, deixa rastros de destruição. Por isso, ele sempre pensa formas de adiar o fim do mundo.